Hoje acordei com você.
Acordei dentro do mais aconchegante e acolhedor abraço de conchinha da
minha vida.
Senti teu cheiro, tua respiração na minha nuca amolecendo meu
corpo, teus braços me segurando contra ti de uma forma tão segura que eu me
entreguei sem medo.
Lentamente você foi tocando cada parte do meu corpo como quem
descobre um tesouro e quer apreciar os detalhes. Tua mão acariciando a parte
externa da minha coxa, subindo do joelho ao quadril enquanto cheirava meu
cabelo, me fez querer me aconchegar ainda mais perto do teu corpo. Empurrei-me para
trás, desafiando a física ao tentar fazer com que ocupássemos o mesmo espaço.
Sem pressa, tua mão subiu pela minha barriga, pelos meus seios,
pelo pescoço, rosto e orelhas, informando que nenhuma das regiões era mais
importante que a outra, expondo o prazer com a maior sutileza. Nossos pés, numa
carícia simultânea, faziam-me desmanchar progressivamente.
Tuas mãos sempre provocam
em mim esse anseio por parar o tempo, tua presença ocupa os meus pensamentos,
fazendo todo o resto parecer insignificante, fazendo-me perceber que o simples
é suficiente.
Com a firmeza de quem sabe o que está fazendo, você acariciou
minha cintura por alguns instantes e, em seguida, escorregou a mão para frente,
como quem não quisesse nada. Com o braço estendido pela frente do meu corpo, me
envolvendo por completo, tocou a parte interna da minha coxa direita e deslizou
a mão por cima dela, fazendo todo o contorno vagarosamente e retornando ao
interior da coxa da outra perna, que estava por baixo. Teu antebraço, agora
atrás do meu corpo, provocou em mim uma sensação desconhecida quando encostou
em minhas nádegas.
Enquanto eu estava em silêncio absoluto, paralisada pela excitação
de ter você, você deslocou novamente tua mão para a frente do meu corpo e o
pressionou contra o teu, fazendo com que eu sentisse teu órgão genital
na minha bunda, agora mais quente e ainda mais provocante do que antes.
Meu corpo estremeceu.
Com a mesma solidez, envolveu minha vulva com a mão toda e a
massageou inteiramente. Em seguida, tocou delicada e separadamente cada um dos grandes lábios com
dois dedos, em movimentos de frente para trás e de trás para frente dos dois lados, como se quisesse mostrar que eu estava segura. Em ato contínuo,
fez o mesmo movimento nos lábios menores, colocando os dedos até a entrada da
vagina e trazendo os líquidos que estavam saindo dali, molhando toda a vulva
quando retornava. Numa jogada de mestre, fez movimentos de zigue-zague no monte
de Vênus, estimulando o clitóris desde seu início. Como se ele estivesse
acordando, senti imediatamente um desejo imenso que teu pênis entrasse em mim.
Mas você foi esperto, quando eu me empurrei contra teu corpo novamente, indicando
o que eu queria, você não fez nem menção de envolver penetração naquele momento.
Continuou incentivando meu clitóris, dessa vez puxando cuidadosamente a glande
e expondo ele com um carinho irresistível e enlouquecedor.
Quase sem conseguir me conter, sentindo minha vulva molhada e
edemaciada, eu me espremi em mim mesma, deslizando meu corpo, serpenteando, sem
tirá-lo do lugar, numa tentativa doentia por aproveitar todos os detalhes
possíveis.
Continuei em silêncio,
como se qualquer som cometesse o crime de encerrar a cena.
Você, incansavelmente,
continuou a massagem, colocando os dedos molhados de mim em minha boca. O
cheiro, o sabor e o gesto me embriagavam cada vez mais.
Gradativamente, repetiu o
ciclo diversas vezes aumentando a intensidade.
Eu poderia jurar que não
conseguiria resistir, que estava tão leve que seria capaz de evaporar e
desaparecer no espaço.
Como se não bastasse, você
me colocou de barriga para cima e ficou na minha frente. Semelhante a veludo,
ou qualquer coisa que possa ser ainda mais sensível, tua língua passou na
região exposta do clitóris suavemente e deslizou até a região anal, vasculhando
cada parte à procura dos aromas e sabores que somente um degustador é capaz de
perceber.
Olhando nos meus olhos,
levantou-se e, como se pedisse permissão, foi introduzindo devagar a cabeça do
pênis enquanto segurava e massageava minhas pernas. Eu segurei tuas mãos. Senti
novamente o incomparável prazer de tocá-las, a garantia de estarmos juntos, da
cumplicidade daquele momento. Você colocou uma das minhas mãos na minha vagina,
indicando que queria que eu continuasse com a massagem enquanto você sentia o
calor interno dela.
Eu continuei. Sentindo
ondas de energia atravessando meu corpo, massageei com muito prazer meu próprio
clitóris, enquanto teu pênis me penetrava com mais velocidade.
De repente, você parou. Eu
pensei que algo poderia não estar bem, que você quisesse parar com tudo, por
isso, parei com a massagem também. Mas você colocou novamente minha mão na
minha vagina e mexeu o pênis bem devagar dentro de mim. Eu quase podia
distinguir cada detalhe do teu pênis tanto quanto os da minha vagina.
Na tentativa de aproveitar
tudo, tirei a outra mão, que ainda estava segurando a tua, e passei
vagarosamente desde teu joelho até teu peito.
Há sempre algo de
extraordinário em te tocar, e te tocar enquanto você está me penetrando, eu estou
me masturbando e estamos nos conectando através do olhar, torna o toque algo
além de extraordinário, algo que eu ainda não sei nomear.
Seguidamente você me provocava
aumentando a velocidade ou parando os movimentos dentro de mim para observar e tocar
outras partes do meu corpo com tuas mãos, como se tuas digitais pudessem me
degustar.
Fascinada com tudo isso,
especialmente com tua presença, fui me desmontando aos poucos, morrendo aos
poucos, esvaziando-me de toda a complicação que eu pudesse ter inventado até
ali, despejando todo o prazer contido dentro de mim através dos líquidos que
saíam pela minha vagina.
Eu jamais iria querer
parar com aquilo. Jamais. Isso deveria durar a vida toda de forma ininterrupta.
Mas você se deitou ao meu lado e focou teu olhar no meu enquanto eu continuei
acariciando minha vagina, sentindo a umidade estonteante que insistia em
continuar.
Pela mágica do momento,
isso nunca acabará. Será um processo contínuo de prazer eterno.